- PEDRO LUSO DE CARVALHO
RUBEM
FONSECA nasceu em Juiz de Fora, MG, a 11 de maio de 1925. Formou-se em Direito
na cidade do Rio de Janeiro. Aí exerceu o cargo de inspetor de polícia, por
alguns anos. Atraído pela literatura, exonerou-se do cargo. Passou a dedicar-se
ao romance e ao conto. Sua obra encontra-se publicada em vários países.
O
escritor é detentor de muitos prêmios literários: Pen Club do Brasil (A coleira do cão); Câmara do Livro de
São Paulo (A coleira do cão);
Associação Paulista de Críticos de Arte (O
cobrador); Prêmio Goethe (A grande
arte); Prêmio Giuseppe Acerbi, Mantova, Itália (Vaste emozione e pensie imperfeti); Jabuti (O buraco na parede – conto); Prêmio Machado de Assis, Biblioteca
Nacional (E do meio do mundo prostituto
só amores guardei ao meu charuto); Prêmio Eça de Queiroz da União
Brasileira de Escritores (A confraria dos
Espadas – conto); Prêmio de melhor romance do ano, da Associação Paulista
de Críticos de Arte (O doente Molière);
Prêmio Luis de Camões, Brasil/Portugal, pelo conjunto da obra, em 2003; 14º
Prêmio de Literatura Latino-americana e Caribe Juan Rulfo, México, em 2003.
Segue corrente, conto de Rubem Fonseca (in Fonseca, Rubem. Lúcia McCartney. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987, p. 113):
[ESPAÇO DO CONTO]
CORRENTE
[ RUBEM FONSECA ]
Após meses de
sofrimento e solidão chega o correio:
esta corrente veio
da Venezuela escrita por Salomão
[Fuais
para correr mundo
faça vinte quatro
cópias e mande a amigos em
lugares distantes:
antes de nove dias
terá surpresa, graças a Santo
[Antônio.
Tem vinte e quatro
cópias, mas não tem amigos
[distantes.
José Edouard,
exército venezuelano, esqueceu de
[distribuir
cópias
perdeu o emprego.
Lupin Gobery
incendiou cópia, casa pegou fogo,
metade da família
morreu.
Mandar então a
amigos em lugares próximos.
Também não tem
amigos em lugares próximos.
Fecha a casa.
Deitado na cama,
espera surpresa.
* * *